HORTA ORGÂNICA NO DESERTO DE SAARA


O projeto não é de hoje não. Desde 2008, a Noruega e a Jordânia estão trabalhando em um projeto incrível, que pretende trazer vida para o deserto do Saara, a partir da criação de uma horta. Além de alimentos orgânicos, ela será fonte de água e energia limpa para o local.
Idealizado em Aqaba, cidade costeira do extremo sul da Jordânia, o projeto terá uma área total de 200 mil metros quadrados e poderá expandir futuramente para dois milhões de metros quadrados. Além de inusitado, é inovador e ambicioso – e funciona de forma integrada.
Espelhos solares que aquecem a água do mar até ferver, ultrapassando 540 graus célsius, serão responsáveis por transformar a água do mar em água potável. Além disso, o movimento da água sendo fervida moverá uma turbina que transformará energia cinética em eletricidade. Já a água potável obtida será utilizada para cultivar vegetais frescos e algas que ajudarão na absorção de CO2. Ou seja, tudo será muito bem aproveitado no processo.
O projeto Floresta do Saara, como foi batizado, foi criado por três empreendedores sociais: o arquiteto Michel Pawlyn, o designer Charlie Paton e o engenheiro Bill Watts. Em 2009, os três juntaram forças com uma ONG internacional com sede na Noruega e, juntos, apresentaram a ideia na COP15 de Mudanças Climáticas. Em junho de 2010, o rei da Jordânia ficou sabendo do projeto e, impressionado, os convidou para discutir melhor a possibilidade. Foi aí que tudo ficou ainda mais palpável!
Hoje essa unidade na Jordânia está em período de construção e é apenas um teste para a tecnologia. A Tunísia, localizada no deserto do Saara, será a próxima beneficiada pela tecnologia — afinal, não é fácil produzir comida em um país onde 75% do território é desértico.

Por Jéssica Miwa