JOVEM DE 23 ANOS CRIA SISTEMA QUE ECONOMIZA DE 30% a 70% DE ÁGUA EM SP!



O projeto batizado de Agrosmart - Plataforma criada por Mariana de 23 anos!

Uma brasileira ganhou uma bolsa de estudos para estudar em uma universidade dentro de uma unidade da Nasa após ter encontrado uma solução para ajudar a resolver a questão da falta de água, um problema global que já atinge fortemente cidades como São Paulo.


Mariana Vasconcelos, de 23 anos, criou uma plataforma que conecta um aplicativo para celulares a sensores instalados na terra para que agricultores saibam a quantidade exata de água necessária para a atividade agrícola. A jovem empreendedora diz que o sistema promove uma economia de água entre 30% e 70%. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 70% da água do mundo é utilizada para irrigação na agricultura, porém 50% deste volume é desperdiçado durante o processo.


O projeto batizado de Agrosmart venceu 562 finalistas do concurso Call to Innovation 2015, promovido pela faculdade Fiap. Com o prêmio, Mariana ganha uma bolsa de estudos para o Graduate Studies Program (GSP) 2015 da Singularity University, que fica dentro de uma base de pesquisa da Nasa no Vale do Silício e tem cursos focados em inovação.

Além do curso, Mariana terá as despesas com alimentação e estadia, dentro das instalações da NASA, pagas. Depois da experiência internacional, a vencedora também ganhará uma bolsa integral para um curso do programa de MBA da FIAP.


“A Singularity University é conhecida por empoderar agentes de mudança e nós acreditamos muito na nossa solução não só para economizar água, mas para que as pessoas fiquem mais conscientes da importância de garantir recursos hídricos para o futuro e melhorar a produtividade do setor agrícola”, diz.

O “nós” dito pela empreendedora se explica pelo fato de que Mariana não criou o negócio sozinha. Ela começou a planejar a Agrosmart no fim de 2013 com outros três amigos: Raphael Tizzi, Thales Nicoleti e Anderson Casemiro. O projeto foi criado durante uma edição do Startup Weekend, do qual foi vencedor, e no ano passado foi selecionado para fazer parte do programa Start-Up Brasil, do governo federal, que oferece bolsas de até R$ 200 mil ao longo de um ano para pagamento de salários e parceria com uma aceleradora para desenvolvimento do modelo de negócio.

Desde então, a Agrosmart está sendo acelerada pela Baita, em Campinas, e possui hoje duas fazendas como clientes onde a tecnologia vencedora do concurso está sendo testada.

Experiência

Apesar de jovem, Mariana já teve outras duas startups. Formada em administração de empresas pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), ela teve o seu primeiro contato com empreendedorismo ao trabalhar em uma padaria gerida pela sua família. Depois, criou outras duas empresas no ramo da internet das coisas antes de investir na Agrosmart. “Nós criamos essa solução porque acreditamos realmente que podemos melhorar a vida das pessoas no campo com o uso de tecnologia”, afirma.

Lançada a comercialização do projeto ganhador a través da start-up, o quarteto de jovens empreendedores mira um plano mais ambicioso, também ligado a gestão de recursos hídricos. “Nosso objetivo é fazer um mapeamento das pequenas e médias bacias e entender para onde é que está voltando essa água [usada para regar]. Com isso, conseguimos prever quanto de água vamos ter no futuro nessa bacia para poder distribuir para os principais setores que precisam dela”. Para isso precisarão de mais financiamento e de algo mais que um prêmio acadêmico, outro tratamento como jovens empreendedores, lamenta a jovem: “Há tanto conhecimento parado, por conta da falta de incentivos e burocracia.”