Na Índia, China e no Paquistão, as terras irrigadas chegam a 30 e 65% de todas as terras cultivadas e fornecem entre 55 e 80% do suprimento de alimento.
Tanto os países industrializados como os em desenvolvimento estão passando por degradações do solo em virtude da irrigação excessiva ou imprópria. O uso excessivo da irrigação desperdiça grandes quantidades de água, elimina os nutrientes do solo e pode fazer com que a terra fique alagada ou demasiadamente salinizada ou alcalinizada devido a altas temperaturas e a excessiva evaporação. A salinização e alcalinização tem destruído milhões de hectares de terras cultiváveis, e podem estar fazendo com que mais terras se tornem improdutivas à medida que são irrigadas.
A salinização ocorre quando a água evapora de solos irrigados encharcados, deixando depósitos de sal oriundos da água e de fertilizantes.
A salinidade, atualmente, reduz a produtividade de, no mínimo, 20 milhões de hectares, ou mais de 7% das terras mundiais de cultivo. No mínimo, 1 milhão de hectares se torna salinizado a cada ano.
Solos altamente salinizados no Colorado - EUA |
O alagamento ocorre quando solos com pouca capacidade de retenção recebem mais água do que podem absorver; tal fato prejudica a estrutura do solo e promove reações químicas no solo que podem retardar o crescimento das plantas. Na Índia e no Paquistão, cerca de 22 milhões de hectares de terras de cultivo apresentaram perdas de fertilidade do solo por terem sido alagados.
O uso intensivo da irrigação está esgotando o suprimento de água subterrânea e de superfície, e a qualidade da irrigação frequentemente decai conforme as fontes de água se tornam poluídas pela atividade agrícola, ou, em alguns casos, pelos dejetos das cidades e das indústrias.
Em algumas áreas, fertilizantes e pesticidas juntam-se aos demais poluentes químicos. À medida que a demanda pela água aumenta, o esgotamento das fontes de água junta-se a erosão do solo e aos custos com a energia, levando ao limite o crescimento da produção de alimentos. A redução dos níveis das águas e a crescente competição pela água sugere que futuros aumentos na irrigação serão limitados.
Aqui no Brasil não é difícil ver altos índices de salinização principalmente no nordeste, onde as temperaturas são mais elevadas
Segundo a wikipedia.org, a definição de salinização é a concentração progressiva de sais, provocada pela evapotranspiração intensa, principalmente em locais de climas tropicais áridos ou semi-áridos, onde normalmente existe drenagem ineficiente.
Os solos apresentam sais em níveis diferenciados. Quando este nível se eleva, chegando a uma concentração muito alta, pode prejudicar o desenvolvimento de algumas plantas mais sensíveis, ou mesmo impedir o desenvolvimento de praticamente todas as espécies.
O Nordeste brasileiro tem limitações significativas em termos de área com potencial para irrigação, devido a geologia e o clima da região. Na literatura atual, fala-se algo em torno de 2% de sua superfície com aptidão para irrigação, o que corresponde a uma área um pouco maior do que o Estado de Sergipe. Esse percentual é muito restrito se considerarmos que o Nordeste, como um todo, tem aproximadamente 1.640.000 km².
Mapeamentos das áreas irrigáveis foram efetuados por diversos órgãos governamentais, estando em curso, atualmente, grandes projetos de irrigação, pública e privada, a exemplo do que vem ocorrendo no Vale de São Francisco e nos Perímetros Irrigados do DNOCS.
E tudo isso já está comprometendo a vida do rio São Francisco (tema de outra postagem),
porque várias áreas irrigadas ao longo dor rio São Francisco já se encontram salinizadas.